O hidrogênio verde consiste no hidrogênio gerado por energia renovável, sendo um energético com vasta aplicabilidade e cuja produção não libera gases de efeito estufa, como o gás carbônico (CO₂). Também chamado de hidrogênio limpo, hidrogênio sustentável ou hidrogênio de baixo carbono, o H₂V é visto como alternativa aos combustíveis fósseis, sendo a grande aposta para a transição energética e a descarbonização da economia gaúcha.
Em solenidade realizada no último dia 16.02, no Instituto Ling, em Porto Alegre, o governador do RS, Eduardo Leite, divulgou as estratégias que serão adotadas para desenvolver a cadeia de hidrogênio verde (H₂V) no Rio Grande do Sul. Até 2040, o novo energético pode proporcionar ao Estado uma alta de aproximadamente R$ 62 bilhões no PIB e 41 mil novos empregos.
Tecnicamente falando, uma das principais fontes de H₂V é a eletrólise da água, ou seja, a divisão da molécula de água (H₂O) em hidrogênio (H₂) e oxigênio (O₂). Quando a eletricidade usada na “quebra” vem de fontes de energia limpas e renováveis, como a eólica e a solar, tem-se o hidrogênio verde.
Durante o evento, foi apresentado o relatório final produzido pela empresa de consultoria McKinsey & Company (EUA), contratada para estudar as perspectivas do mercado de H₂V no Estado. A empresa elaborou um plano detalhado para o desenvolvimento econômico do setor, constatando a potencialidade do Rio Grande do Sul.
No setor produtivo local, o H₂V poderá ser usado como matéria-prima em refinarias, nos transportes rodoviário, ferroviário e marítimo, em carros de passageiros, na produção de fertilizantes e no aquecimento industrial, dentre outras aplicações. Algumas dessas aplicações podem atuar como chave para o desenvolvimento da cadeia no Estado, como o uso em refinarias, o aquecimento industrial e o transporte rodoviário, com foco em caminhões. Conforme o estudo da McKinsey, a demanda de H₂V poderá chegar a 2,8 milhões de toneladas em 2040.
O Estado do Rio Grande do Sul está pautado em uma agenda sustentável, tendo assumindo o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030 e de neutralizá-las até 2050. A McKinsey projeta que, em 2040, o uso de H₂V pode reduzir as emissões de CO₂ no Rio Grande do Sul em até 8,4 megatoneladas, com maior impacto no transporte rodoviário.