DESAFIO
Este é mais um caso de relação longa e próspera. Cliente da casa há quatro décadas, esta é a história de uma areeira do interior do Rio Grande do Sul, hoje gerida pela terceira (em transição para a quarta) geração da família Bairro. Lá nos longínquos anos 60, o avô do atual proprietário começava atividades de extração de areia na então Vila de Manoel Viana, antes mesmo da emancipação da cidade que hoje leva o mesmo nome. Localizada no centro do Estado, a região é banhada pela bacia hidrográfica do rio Ibicuí. Privilegiada pelos aspectos naturais e geológicos, as atividades da areeira começaram de forma quase informal, porém com aguçado olhar empreendedor, abastecendo inicialmente o mercado local, especialmente a cidade do Alegrete, para alguns anos mais tarde, valendo-se da ociosidade dos caminhões que abasteciam de grãos o porto de Rio Grande, nas viagens de retorno passaram a transportar e distribuir areia para todas as regiões do Estado. Nessa oportunidade, o empreendedor transforma e executa uma ideia já sustentando sua cadeia produtiva. No final dos anos 80 e início dos anos 90, surge a necessidade de regularização de suas atividades, com o surgimento das leis e regulamentos minerais e ambientais. Executam-se na época os procedimentos iniciais para atividade regular diante de uma nova legislação, primeiramente sob o viés mineral (Código Mineral da ANM – Agência Nacional de Mineração), e na sequência pela efetividade da cobrança das licenças e regularização ambiental da então recentemente criada FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental). Já atuando com o pólo areeiro de Santa Maria, a Geoprospec chega à cidade vizinha Manoel Viana, para atender a única empresa do município atuante nesse setor.
SOLUÇÃO
Realizados os estudos e consultoria, e obtidas as devidas licenças, os serviços passam a ser de assessoria e monitoramento ambiental. Sendo o empreendimento caracterizado pela extração mineral no leito do rio, sob lâmina d’água, por meio de dragagem, passando por tubulações até um depósito mineral, onde é descarregada e sedimentada, para posterior secagem e comercialização, muitos outros procedimentos foram tornando-se necessários. Uma série de alterações, adequações, atualizações e modernizações na legislação ambiental, passaram a ser cobradas pelos entes públicos nos anos seguintes. Surge a necessidade de regularização de outras instalações do empreendimento (áreas de depósito) e das condições operacionais, e principalmente novas restrições e limitações de áreas, impactando diretamente nas operações. Ao longo do monitoramento ambiental e dessas necessidades de aprimoramentos operacionais e ambientais, foi-se identificando a necessidade de ampliação de áreas de extração mineral. Começa ali a se desenhar uma nova visão estratégica junto ao empreendimento. Era o início dos anos 2000, e outras ameaças externas surgiam, como a entrada de novos concorrentes. A partir desse cenário, é desenvolvida uma estratégia de pesquisa de novas áreas para ampliação de atividades minerárias futuras, ao mesmo tempo dando celeridade às licenças de operação, como diferencial competitivo para blindagem diante da potencial concorrência, que chegava ao mercado de forma agressiva e insustentável, seja por práticas de preços incompatíveis, ou situações produtivas irregulares e nocivas. A estratégia foi pensada contemplando tanto a ameaça presente quanto as perspectivas futuras. Em áreas de leito de rio, também são necessárias autorizações da esfera pública municipal, e no cenário de um município pequeno, a entrada de concorrentes exigiu também o amadurecimento e a busca de processos mais seguros e confiáveis de natureza jurídica para a Areeira Bairro, acionada com escritórios parceiros da Geoprospec. No pensamento futuro, decidiu-se então migrar as áreas potenciais e estratégicas, do registro de licenciamento ambiental para o regime de pesquisa mineral e preparação para futura concessão de lavra. Ali estava o caminho para a perpetuidade do negócio. Foi um processo moroso, que exigiu constantes argumentações técnicas junto aos órgãos ambientais, interface e acompanhamento atento junto a órgãos públicos municipais, e muitas outras situações, de idas e vindas de exigências e posicionamentos, que precisaram ser enfrentadas ao longo do caminho. Mas a persistência deu resultado. Um resultado muito superior para o negócio.
RESULTADO
No início da década de 2010, as licenças de operação começaram a ser concedidas para algumas dessas novas áreas, enquanto algumas outras eram objeto de pesquisa, e conforme tinham suas reservas minerais comprovadas, eram então preparadas para concessão de lavra. Eis que então, na virada dos anos 2010 para os anos 2020, têm início as obtenções de concessão de lavra, gerando um bloco de áreas estratégico para o futuro do empreendimento. Um bloco devidamente licenciado, unificado, e com concessões de lavra obtidas, que estendem a licença de operação em décadas. E mais do que isso, em áreas que são reabastecidas de forma perene e natural. Por ser a extração realizada em leito de rio, o material mineral se renova naturalmente por eventos climáticos, como períodos de cheias, por exemplo. O rio repõe a areia, criando uma jazida auto renovável, e autossustentável nos aspectos econômico, social e ambiental. Áreas licenciadas, com concessão de lavra, e com reabastecimento natural e perene. Esse é o resultado de anos de parceria, mesclando a consultoria ambiental, que traz conhecimento e suporte no enfrentamento de desafios, e a assessoria e monitoramento ambiental, que monitora e identifica pontos de ajuste e melhoramento. Planejamento e ação, que garantem hoje a perpetuidade da Areeira Bairro para as futuras gerações tanto da família que gere a empresa, quanto das pessoas que nela trabalham e da comunidade que habita aquele pequeno município.